Indubitável o fato de que essa dita separação entre os economistas acaba enterrando a possibilidade de um debate sobre o que é realmente a taxa de juros ideal. Considerando isso, aproveito a oportunidade nessa semana e explico - em síntese - o que está ocorrendo aqui no Brasil. Tomarei emprestado alguns ítens do texto "Aperfeiçoar o sistema de metas de inflação", publicado na revista Conjuntura Econômica, edição de julho de 2007, por Yoshiaki Nakano.
A decisão sobre o nível de inflação a ser empreendido é derivado da análise do índice IPCA(http://www.portalbrasil.net/ipca.htm), entrentanto, sua natureza engloba tanto fatores sazonais como persistentes em relação aos preços (Ex: alimentação, aluguéis, saúde), dificultando a real demonstração do que acontece na realidade. Além disso, é tempo de se calcar as decisões econômicas dentro de perspectivas futuras dos "agregados econômicos" e não de valores preenchidos em planilhas de excel e medidos pelo IPCA. Ademais, as últimas oscilações de preços na economia foram de responsabilidade do câmbio e das importações, aspectos que nem aparecem nas tabelas.
Cabe ressaltar que o sistema aplicado no Brasil é fruto de experiências em países desenvolvidos, logo, não aplicada diretamente ao nosso país. Notemos as diferenças por meio de uma esquematização...
- Países desenvolvidos: estoque de capital suficiente para se chegar ao pleno emprego = quando a demanda agregada chega àquele ponto, há aumento salarial e consequente inflação. O controle é feito pelo aumento das taxas de juros.
- Países em desenvolvimento: estoque de capital não é suficiente para se chegar ao PIB potencial = o problema não está na demanda agregada mas sim na impossibilidade da oferta monetária para se chegar à disponibilização mínima de recursos para consumo.
Quem é o responsável pela indicação da taxa de inflação limite? O Banco Central. No Brasil, ele tem uma independência relativa. Mas o BC pode ser explicado melhor em outro post...
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