É triste perceber, queridos leitores, que a quantidade de acessos ao nosso blog está se mantendo constante no tempo. A minha preocupação, entretanto, não é singular. A queda das assinaturas de revistas de cunho econômico (e, acesso a sites de assunto relacionado) demonstra que algo está errado. E como a boa lei econômica indica, a queda de demanda gera pressão nos preços, considerando-se que a oferta cai também, quase proporcionalmente, no que diz respeito às edições escritas.
Veja que a preocupação com a qualidade da informação e a mixagem com todos os outros aspectos das ciências sociais, está sendo cretinamente ausentada de nossas publicações consideradas magnânimas (Conjuntura Econômica - FGV e Suma Econômica). Para se ter uma idéia, nas 8 edições desse ano, a FGV concedeu espaço a reportagens relativo ao assunto petróleo em 6, enquanto que, sobre a Rodada Doha, não foi dita mais do que 5 folhas. Eu sou assinante, falo com propriedade.
E por que isso não muda?
A mudança, infelizmente, não virá da dita "supremacia" intelectual de nossas instituições de ensino, sejam públicas ou privadas, e muito menos de nossos conselhos estaduais ou a entidade federal que representa a nossa classe, por mais estonteante que possa parecer. A verdade nua e crua é que o estudante de economia ainda se vê como um guerreiro com o objetivo de riqueza individual e que considera a pessoa ao seu lado, seu dito "colega", como um inimigo e não um constituinte de um país, de uma estrutura que subjuga qualquer ideal smithiano sobre a harmonia social e a mão-invisível para solucionar as aberrações existentes tanto no aspecto privado como público da administração. O economista, seja formado ou formando, deve interagir paulatinamente nas questões sociais e específicas de sua profissão, com o intuito de se valorizar e trazer consigo a bagagem necessária para a expansão da conscientização no que concerne à evolução da sociedade, semelhante à uma abordagem existente nos trabalhos da escola histórica alemã.
Panorama da UCS
Sou estudante, como informado no perfil deste blog, da UCS (Universidade de Caxias do Sul) e a nossa classe sofre incessantemente para galgar oportunidades de emprego na região serrana do RS. Também, quem propõe uma mudança?. Prestes a chegar o dia do Economista, em nossa instituição privada de ensino, teremos um workshop sobre a nossa profissão, a ser realizado das 15hrs às 17hrs, horário indecente até para as empresas de seleção de pessoas e os RHS responsáveis das grandes empresas de Caxias do Sul e da região nordeste do RS. Além disso, e mais terrível, é que as palestras pertinentes à Semana do Economista serão realizadas em outubro.
Eu conversei com os supervisores e responsáveis pela organização do evento como um todo e fui informado que o horário é plausível para a realização de semelhante evento. O problema vai ser achar algum estudante que terá a possibilidade de participar da celebração, especialmente, se estiver trabalhando. Talvez, o diretor do CORECON esteja precisando de emprego, por favor...
Voltando aos meios de informação...
A situação é crítica sim, em todos os aspectos. A partir do momento em que você delega a segundo plano a discussão acadêmica, a postergação das barbaridades existentes tanto na política, como relativo ao que é publicado nas revistas, contribui decisivamente para a "inflação" burra que nos absorve...
Para curiosidade, vejam os preços das assinaturas nos sites informados à direita do blog. Por exemplo, a revista The Economist, custa R$ 500,00 anuais. E a Conjuntura Econômica, R$ 130,00. A diferença entre as duas é de 40 edições e o conteúdo amplamente superior da revista londrina....
Economistas de berlinda, continuem a afundar um trabalho que está sendo desenvolvido historicamente, por meio da desinformação e postura eclética no que diz respeito à responsabilidade social. Graças a deus, não sou um desses. E leitor, você também não é.
domingo, 12 de agosto de 2007
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4 comentários:
Matheus: Teu blog é muito bom. Concordo contigo. Que aluno de economia terá disponibilidade de assistir um Work Shop a tarde? Acho que poderiamos nos mobilizar para modificar o horario.
Abraços Mário Henrique da Rocha
Matheus, boa tarde.
Sou farroupilhense e formando em Ciências Econômicas pela UFRGS. Queria apenas parabenizá-lo pela iniciativa e ressaltar a importância do levantamento de idéias e pensamentos acerca dos fenômenos econômicos que nos cercam. A linguagem clara e acessível (que percebi nos textos) permite a compreensão de conteúdos por parte de pessoas que não convivem diariamente com a matéria. Deixo a sugestão aqui para uma reflexão acerca da CPMF, qual o peso dela para o contribuinte e o que ela representa para os cofres do governo federal, bem como um debate sobre a proposta de redução da alíquota. Um abraço, Jéfferson.
Boa Tarde Pessoal,
Aqui fala Matheus, o mediador do blog Economia Prática. Gostaria de agradecer muito pelos comentários feitos para essa postagem e pela participação ativa de muitas pessoas para o processo de conscientização da sociedade brasileira perante os desafios impostos pela globalização.
Estarei notando o comentário do amigo Jéfferson, e destacarei um próximo texto para o tema da CPMF.
Obrigado!!
Meu caro Mateus,
Visitei o seu blog e encontrei-o muito bom para um estudante de economia. Gostaria de parabeniza-lo e estimula-lo a continuar com o seu esforço solitario, mesmo quando voce nao tem comentarios ou tem poucos leitores. Voce, afinal de contas, faz o seu blog por uma necessidade interna, para se sentir responsavel em face de tantos problemas sociais e economicos do Brasil. Voce ja está dando sua cota de contribuicao para a resolucao parcial desses problemas ao permitir uma ampla informacao e o estudo dessas questoes.
Eu nao posso me comprometer com um intercambio, pois tenho uma agenda muito carregada de trabalho profisisonal, encargos academicos, responsabilidades familiares e minhas leituras individuais. Nao tenho quase tempo para mais nada. Espero que voce compreenda.
Mas, por favor, mantenha contato e mande seus posts que voce julga mais interessantes, pois nem sempre tenho tempo de ler tudo nos meios de comunicacao.
Nao concordo com este comentario:
"Para curiosidade, vejam os preços das assinaturas nos sites informados à direita do blog. Por exemplo, a revista The Economist, custa R$ 500,00 anuais. E a Conjuntura Econômica, R$ 130,00. A diferença entre as duas é de 40 edições e o conteúdo amplamente superior da revista londrina...."
A The Economist é simplesmente a melhor revista do mundo, tanto para economia, como para politica, cultura e informacao geral. O fato de ser cara se deve aos custos de transporte, mas eu leio a maior parte dos artigos online, pelos boletins que recebo duas ou tres vezes por semana.
O abraco do
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Paulo Roberto de Almeida
pralmeida@mac.com www.pralmeida.org
http://diplomatizzando.blogspot.com/
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