terça-feira, 19 de maio de 2009

Assimetria no preço da gasolina

É de grande relevância o retorno do colega economista Ederson ao blog Economia Prática, depois de haver escrito diversos artigos no ano de 2008. Seja bem-vindo!

Estarei a resumir as conclusões do trabalho econométrico de Carlos Uchoa, mestrando da FGV-RJ, publicado no primeiro trimestre de 2008. O título do trabalho chama a atenção pela relevância prática, que vai de encontro aos objetivos deste blog: “Testando a assimetria nos preços da gasolina brasileira”.

É reconhecido o fato de que há impactos das variações do preço do petróleo e da taxa de câmbio sobre o preço da gasolina. Foram utilizados dados mensais, obtidos por médias ponderadas. Estimando-se uma relação linear entre estas variáveis, foi constatado que, tudo o mais constante, a variação de um ponto percentual no preço do petróleo leva à variação no mesmo sentido de 0,35 ponto percentual no preço da gasolina. No caso da taxa de câmbio, cada ponto percentual de desvalorização (valorização) leva a um aumento (redução) de 0,15 ponto percentual no preço da gasolina, tudo o mais constante.

Até aqui não há novidades. Mas o interessante ficou constatado quando Uchôa estimou a velocidade destes ajustes: a velocidade de ajuste para aumentos nos preços da gasolina é diferente da velocidade para reduções. Para aumentos no preço da gasolina, 90% do ajuste se dá até o primeiro mês após as variações no petróleo ou no câmbio. Já para reduções, até o primeiro mês, menos de 5% das variações do preço do petróleo ou da taxa de câmbio são repassados ao preço da gasolina.Ou seja, em dois meses ajustes de alta no preço da gasolina são completados, enquanto para quedas, chega a quase dois anos (quando ocorre).

As explicações teóricas são várias, englobando informação imperfeita com concluios, comportamento antecipativo dos consumidores e poder de mercado dos postos somado a custos de transação do consumidor.

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