AZNAR O TEU
Com a mudança de sistema, a Espanha passou a empreender mudanças institucionais de forma a atrair investimentos externos para recuperar o tempo perdido. Devido ao seu esforço, em 1986, uniu-se a UE, interagindo na tonitruante onda de modernização que se seguia a tal iniciativa. De 1986 até 1990, apresentou um crescimento considerável de 5%. Após período recessivo registrado no continente europeu no princípio da década de 90, a economia espanhola dá sinais de recuperação com a posse de José Maria Aznar em 1994 (3), o qual empreende políticas privatizantes de empresas anteriormente públicas como a Repsol, Telefonica, Iberia etc, com o que arrecada cerca de EUR 40 bilhões, ganhando acesso ao primeiro grupo a participar do lançamento da moeda comum européia - EURO, porque cumpre o que é exigido pelo acordo de Maastricht: ”equilíbrio orçamentário”, isto é, déficit inferior a 3% e dívida inferior a 60% do Produto Interno Bruto (PIB). Como um representante egrégio do pensamento liberal, além de privatizações, empreendeu reformas liberalizantes no que tange aos negócios, desregulamentação, o que teve como conseqüência a redução dos índices de desemprego (de 22% para 8,1% da PEA). Há algumas arrestas a serem aparadas no momento em que se debate a postura diplomática de Aznar, a exemplo de seu suporte à administração Bush, seu descaso com Cuba e sua posição rígida em relação ao grupo separatista ETA (4). Após oito anos de mandato, o PP acaba perdendo as eleições (diante de fatos curiosos como atentados em Madrid) para os socialistas de José Luiz Rodriguez Zapatero.
“SOCIALISTAS” NO PODER
Quando chega ao poder, o Sr. Zapatero está na onda do pensamento positivo e otimismo, renegando as preocupações econômicas a segundo plano (as taxas de crescimento do PIB no período 2003-2006 foram de, aproximadamente, 3%), preferindo dar atenção à regulamentação do casamento gay e às questões regionais. Em 2008, sob a festividade da conquista da Eurocopa 2008 pela Espanha, também é celebrado o fim da bonança.
Um corolário de más notícias avizinha-se à porta de Zapatero, pois o principal responsável por uma das décadas de maior geração de riqueza – a construção civil – apresenta processo deflacionário, isto é, o valor das construções já prontas está caindo paulatinamente. Os empréstimos a esse setor representam 40% dos totais ao setor privado, segundo Luís de
A ECONOMIA DE SOLBES E DESCES (ATÉ O ZAPATERO DOS ESPANHÓIS)
A casa está caindo (seja seu valor, o mercado em si). Diga-se de passagem, que é uma das únicas coisas que está seguindo trajetória decadente. Por outro lado, o preço do petróleo, dos alimentos, o custo da energia elétrica (80% da energia utilizada na Espanha é importada) os índices de desemprego e as taxas de juros do BCE estão galgando postos antes impensáveis. O próprio ministro da economia, Pedro Solbes, afirma: “o crescimento para o segundo semestre será perto de 0%”, enquanto o Sr. Zapatero informa que o uso da palavra “crise” é uma mera escolha ortográfica e gramatical. Não para os espanhóis, que já pronunciaram claramente (63% dos entrevistados) sua desconfiança perante o posicionamento brando do governo no diário El País frente ao período contraditório em que vivem. As previsões de crescimento para 2008 e 2009, segundo o FMI, estarão localizadas em 1,9% e 0,8%, respectivamente. Quando a atividade econômica diminui, normalmente, as receitas tributárias mínguam o que prejudica o uso da política fiscal para fomentar a atividade econômica (destacando-se que o uso da política monetária e cambial não é opção). Neste ponto, surge a problemática de não reduzir os gastos sociais (apoio aos desempregados), concomitantemente à necessidade de respeitar o que foi acordado no Pacto de Estabilidade e Crescimento (5). É chegada a hora de o governo tomar as rédeas das reformas, empregando capitais na capacitação da mão-de-obra, melhorando a infra-estrutura, apoiando os centros de pesquisa públicos e os investimentos privados em R&D (Research and Development) de forma que a taxa de produtividade geral seja majorada.
Fontes:
(1) http://confrontos.no.sapo.pt/page2ImpOcidentaisA.html - neste endereço você encontra uma visão contrária ao comportamento espanhol nos tempos de colonização.
(2) http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2007/11/papis-do-imprio-espanhol-pizarro-e.html - fala sobre a história espanhola, com adendos que vão de fotos das antigas colônias até discussões literárias.
(3) http://oinsurgente.blogspot.com/2006/01/entrevista-de-aznar-ao-expresso.html - entrevista com o Sr. Aznar, o qual fala de política, economia e sociedade.
(4) http://diplo.uol.com.br/2004-04,a895 - reportagem que cita alguns feitos do governo Aznar, além de que o crítica por algumas atitudes duvidosas.
(5) Segundo o Pacto de Estabilidade e Crescimento, a disciplina orçamentária é violada se o déficit do governo exceder um valor de referência de 3% do PIB ou se a dívida governamental ultrapassar 60% do PIB. Os países-membros da Zona do EURO concordaram em manter seus balanços “próximos ao equilíbrio ou em superávit” nos anos normais.
Um comentário:
Caramba bela pesquisa... Como estao as coisas meu rapaz? Abraços.
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