Como nota a revista britânica The Economist: " após três décadas, a política fiscal aos moldes keynesianos volta aos holofotes". É claro o seu retorno após o anúncio, por parte do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, do seu pacote de US$ 152 bilhões de dólares, com medidas que vão da redução de impostos a incentivos a empresas, de modo a retirar o país da situação literalmente complicada em que se encontra (apesar de não haver consenso entre os analistas no que diz respeito à recessão). O grande problema está na situação orçamentária do país - altamente deficitária, em 3% do PIB - e que, porquanto, obriga o governo americano a emitir títulos de curto, médio e longo prazo para financiar qualquer que seja a atividade (investimento, gastos correntes e etc). Agora, ninguém é atraído por interest rates tão baixas, isto é, por uma remuneração ridícula e em queda como a atual (nem fundos soberanos e nem grandes investidores particulares e institucionais). A consequência óbvia: crítica à postura leviana dos articuladores econômicos de Bush.
Contudo, a questão da política fiscal atraiu nada menos do que o FMI para a discussão, instituição marcada pelo seu compromisso com o aperto do cinto, que sugeriu, através do seu diretor Dominique Strauss-Kahn, a gastar tranquilamente se a economia como um todo for vítima de um período negro, de pouco crescimento bruto e distribuição de renda. Segundo a instituição, a política monetária responsável, sempre elogiada como o pilar da manutenção da fartura atual (crescimento de 4,5% do PIB mundial no ano passado), quando em tempos de crise, é ineficiente.
A visão cética em relação ao afrouxamento fiscal consta que: os políticos sempre falham para reconhecer a ocorrência de uma recessão (ninguém sabe ao certo, tanto que a Newsweek prega o apocalipse e a BusinessWeek já diz o contrário, para citar um exemplo), levando tempo demais para agir e ativar o estímulo. Quando é chegada a hora do efeito do corte de impostos e aumento dos gastos, normalmente, a crise acabou, e o dito remédio torna-se fonte de pressões inflacionárias. Outros analistas acreditam que a mudança na atitude do ser racional, homem, na queda de alguns pontos percentuais de um dito imposto, é irrisória e praticamente nula.
Seguindo a postura aplicada na ainda maior economia mundial, pode-se seguir a Itália e a França (já endividadas), no entanto, sedentas de se restruturarem como destino de investimentos polpudos de grandes multinacionais. Tristes devem estar os diretores dos Bancos Centrais ao redor do mundo, traídos pelo movimento desordenado de seu eterno amor: a moeda. E também Milton Friedman...
quarta-feira, 5 de março de 2008
As peripécias de Keynes voltam à baila
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Um comentário:
Fato. O mundo ortodoxo se rende em periodos de crise, a tao combatida ideia de Keynes retorna para socorrer os nossos amigos monetaristas.
esse post me inspirou a fazer um sobre o assunto.
Abraços
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