No primeiro capítulo, antes de qualquer aprofundamento regional, é destacada a tendência de sustentação do crescimento mundial pelas nações em desenvolvimento, em especial China (10%) e Índia (8,5%), pois nações como Japão, Alemanha, Inglaterra (etc.) sofreram uma considerável perda advinda do problema da crise do subprime (ver Box 1), além de que a demanda externa caiu devido à valorização das moedas respectivas (ien, euro, libra) em relação ao dólar.
Box 1
Box 2
No segundo capítulo passa-se a analisar as perspectivas para a América Latina e o Caribe. Segundo o documento, na página 8: “os riscos de que o crescimento fique aquém do esperado aumentaram, e há alguns sinais de que as melhorias nos fundamentos que servem de base à robustez econômica da região podem sofrer um retrocesso”. Como atores da possível desestabilização: aumento da inflação, das importações e das despesas correntes, corroborando para o declínio do superávit de conta corrente e o fiscal. Em se tratando da América Latina, prevê-se que o crescimento continue da ordem de 5% para 2007 e 2008, principalmente, pela estabilização verificada no preço das commodities (com referência para: Brasil, Argentina, Chile, Peru, Bolívia) no mercado internacional e, outrossim, pelo aumento do consumo interno nas economias que fazem parte dessa porção territorial (Ver Box 2). Por outro lado, nos países da América Central - tradicionalmente importadores de commodities -, a base do crescimento tem sido o investimento e a expansão das exportações de produtos semi-manufaturados (que tem entrada isenta de vários impostos nos EUA, por exemplo). Outro destaque positivo foi a formação do CAFTA-DR: Acordo de Livre Comércio da América Central – República Dominicana, o qual sinaliza a construção de metas conjuntas para se combater problemas estruturais como a pobreza, educação e energia. Em países caribenhos, houve o problema do furacão Dean, um entre vários, acabando por responder pela redução do PIB regional em cerca de 1% (efeito limitado).
A inflação continua baixa pelos padrões históricos (ver Box 3). Em alguns países, como Colômbia e Uruguai, verifica-se um aumento progressivo das taxas registradas, aproximando-se das metas dos respectivos bancos centrais, pois existe ebulição da demanda interna. A alta dos preços dos alimentos verificada desde 2006 contribuiu para aumento das taxas inflacionárias em muitos países, a qual acarretou na implantação de medidas para diminuir a pressão sobre os alimentos, aqui agrupadas sob aspecto geral:
- Liberação mais ampla das importações;
- Diminuição temporária da alíquota de tributos, como IVA (na Venezuela e no Uruguai);
- Proibição de exportações de certos alimentos ou aumento da alíquota do imposto de exportação (medidas impostas por Nestor Kichner e que afetaram o Brasil na semana passada, por exemplo, no preço final do pão francês);
- Negociação com os produtores / distribuidores no que diz respeito a produtos de primeira necessidade (México)
Houve também, o aumento da demanda interna, saciado pelo aumento das importações principalmente, visto que se percebe a existência de “hiato de produto” (mais explicações na página 13 do documento), o qual é, em parte, causado por restrições de curto prazo da oferta, situação que amplifica a questão do desemprego.
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