O efeito cascata registrado no mercado de ações deveu-se, como comentado acima, à súbita falta de liquidez atrelada ao subprime. Quando os investidores souberam que a crise dos créditos podres (conforme é conhecida a linha de crédito nos EEUU, representando míseros 10% de todo o crédito imobiliário), buscaram logo retirar o capital aplicado nesse tipo de título e, como praticamente o dinheiro desapareceu, os bancos ficaram na obrigação de lastrear os saques das pessoas com a retirada de milhares de dólares aplicados (via liquidação de posição) tanto nos países desenvolvidos quanto nas ações e títulos públicos dos países emergentes. A Bovespa sofreu queda de 3,3%, o que contribuí para a elevação da taxa do dólar (pela relação oferta x demanda).
Novamente, a postura da Reserva Federal (banco central dos Estados Unidos) foi de atraso mediante à tensão tonitruante dos mercados no dia 09/08/2007. Por outro lado, o poderoso BCE lançou logo na abertura cerca de U$ 95 bilhões de euros no mercado, evitando o aumento excessivo dos juros e concedendo a liquidez necessária para o financiamento, ao menos provisório, das estruturas de capital. Não podemos, no entanto, considerar que a economia americana está à beira da recessão, visto que há segurança sim no tocante à divida externa (sustentada pela China e os tigres asiáticos, por meio dos títulos de renda "fixa", atrelada à taxa de juros do FED). Outrossim, há dados atualizados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos que demonstram o aumento dos lucros das empresas, da ordem de 7,2%, em base anualizada e, ademais, manutenção das taxas de consumo em alta e a o aumento do emprego.
A posição do Brasil diante dos últimos acontecimentos é de estabilidade, conforme afirmado até pelo presidente Lula (que nada entende de economia). Mas há opinião mais categorizada, como a de Michael Woolfolk do Bank of New York Mellon, que baliza a opção de direcionamento de divisas para nosso país, tendo em vista alguns aspectos em particular:
- O índice Bovespa alcançou 20% de rentabilidade, mediante 9% das taxas de juros dos títulos públicos.
- A valorização do real e a sua postura de moeda forte, diminuindo a inflação via importações subsequentes.
- O crescimento previsto de nosso PIB acima dos 4% em 2007.
- A manutenção do valor das commodities em alta, o que contribui para o nosso saldo comercial favorável e a acumulação de reservas por parte do BC.
Para quem possa interessar, confiram a reportagem "The Changing Face of Latin America" publicada na revista Global Finance, a qual existe link direto neste blog. Ela fala um pouco sobre as diversas facetas do sistema político das Américas.
Um comentário:
Fala Matheus,
parabéns pelo site, linguagem bem acessível, português muito bom e claro, sem falar na qualidade do conteúdo.
Estou começando a divulgar o seu blog, acho que essa transmissão de conhecimento é importante.
Parabéns também pela iniciativa.
OBS: vou deixar meu email, caso queira trocar uma idéia ou até me enviar algum texto interessante (curto principalmente) hehe eu lhe agradeço. danielb@colombo.com.br
abraçoooo
Postar um comentário