domingo, 27 de janeiro de 2008

Regional Economic Outlook: Europe - Final

Por fim, segue abaixo a última parte da análise da condição financeira da Europa, segundo consulta documental ao FMI. Destaca-se a função da entrada de capital como principal ator na convergência no âmbito econômico e político-institucional.

Nas últimas décadas, países como Bulgária, Romênia e os seus parceiros bálticos vêm aproveitando do crédito fácil advindo do exterior para financiar suas atividades privadas e públicas (consumo e investimento), gerando déficits em conta corrente. À informação do gráfico abaixo, exemplifica-se a participação pujante de capital externo em países relativamente "insignificantes" para a economia mundial (Estônia, Lituânia, Eslovênia, etc.).



Pode-se dividir a convergência em dois estados distintos, de uma maneira esterilizada:
  • No estágio de expansão, ocorre entrada de capital em quantidade, o qual causa déficits em conta corrente. Isso gera aceleração nos gastos com bens comercializáveis (questão de trocas internacionais) e os non-tradables (fora da esfera comercial propriamente dita). Com abundante capital externo, a importação torna-se fácil e retira a verba que fora destinada ao crescimento da produção para o mercado interno, despertando a inflação em seu poderio, via pressão de demanda (ademais ao esgotamento da capacidade ociosa da indústria).
  • Num segundo momento, ocorre o ajuste das contas externas, paulatino ao fortalecimento das empresas do setor non-tradables. A produção aumenta e os preços relativos caem, ocorrendo então o direcionamento dos recursos financeiros, em princípio, aos campeões da exportação.

Outra questão pertinente é se sabemos qual a velocidade dos processos que se desvelam, de forma que possamos antecipar e organizar as estruturas necessárias para que a "locomotiva" do desenvolvimento trilhe o caminho corretamente. Três determinantes sugeridos pelo do FMI são interessantes (isso não se restringe à Europa):

  1. Ganhos de produtividade. Sem eles, o aumento dos déficits em conta corrente se torna incompreensível e insustentável no longo prazo. O investimento deverá ser a palavra-chave para que o aumento da renda per-capita em geral seja distribuída eqüitativamente, visto que o aumento da produção colabora na manutenção dos níveis de preços (estabilidade monetária) e contribuí nas negociações salariais, pró-trabalhador.

  2. Flexibilidade de mercados. Em qualquer país, os mercados de trabalho e capital devem representar a válvula de adaptação mediante situações adversas (como o é a crise dos Estados Unidos nesse momento).

  3. Desenvolvimento financeiro. Sem as bases de regulamentação e administração dos riscos, vide exemplo das economias emergentes da Europa, surgem riscos magnânimos para o acesso às benesses creditícias da situação de liquidez exacerbada (mesmo com a crise do subprime).

Como exibido no gráfico abaixo, a simples "confiança" acarreta em disrupções das bases de preços. Os integrantes da economia – governo, empresários e consumidores – devem visualizar de forma concreta os índices de produtividade e renda, para que não cometam o erro de se endividar sobre bases abstratas.

Seguindo o manual de políticas anti-vulnerabilidade, o FMI cita as medidas macroeconômicas adaptadas por países em dificuldades na resolução de problemas de ordem creditícia (o caso do boom, isto é, a entrada de capital de forma irresponsável e ineficiente), entre as quais destacamos:

  • Fortalecimento das políticas macroeconômicas, conforme utilizado: nos países bálticos (compressão dos gastos); Lituânia (eliminação de incentivos fiscais para setores de non-tradables); Romênia (reajuste do salário via aumento da produtividade); controle monetário e acumulação contínua de reservas cambiais (parafraseando os ministros brasileiros: é o chamado recurso de "blindagem").
  • Estabelecimento de parâmetros, especialmente, no que diz respeito aos bancos, evitando atividades discriminatóraos bancos, evitando atividades discriminatministros brasileiros: "çe capital, a flexibilidade distingue os futuros representanias na concessão de empréstimos, além da questão de financiamento fora dos controles contábeis (Bulgária, Estônia e Eslováquia).

Este foi o fim de mais uma análise documental. Fico feliz pela presença dos leitores de diversas áreas do conhecimento. Logo ali à frente, surgirá uma ferramenta moderna de divulgação, contando com colunistas de diversas facetas na teoria econômica.

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco