Apesar da obviedade do que está sendo dito, a ciência econômica não conseguiu assimilar bem o que isso representa para a vida no planeta e incorre em discussões sobre o circuito produção-alocação de forma insipiente. Consideramos nesse artigo duas escolas fundamentais: neoclássica e keynesiana.
Do ponto de vista neoclássico, a preocupação está na melhor distribuição dos recursos escassos na produção (ou noutra atividade como serviços); mesmo admitindo que os recursos naturais são finitos, sua valoração para o conjunto fica perdida em cálculos de utilidade e preferências, fazendo com que a problemática ambiental seja considerada mais uma "falha de mercado" secundária e dissolúvel em um período do tempo. Tudo gira em torno da noção de que o pleno emprego vigora e que por isso todos estão felizes, consumindo o que é produzido nas estruturas enferrujadas de nossos parques industriais. Em resumo, a oferta é o que importa.
Em constraste parcial, a teoria keynesiana coloca a ênfase na preocupação com o nível agregado de atividade econômica, isto é, na demanda agregada. Apesar de focar em alguns aspectos sociais como desemprego, incerteza e expectativas, ainda padece da limitação de calcar toda a reflexão em modelos mecanicistas lineares e que absolutamente igualam culturas, sociedades e aspectos políticos dentro de um escopo conjunto e uniforme.
A preocupação faz-se sentir inclusive no seio de instituições como o FMI, não diretamente ligado ao aspecto ambiental mas que entende as consequências financeiras da aniquilação da estrutura ambiental global. Ben Jones, Michael Keen, John Norregaard e Jon Strand assinam texto no qual são deslindadas algumas repercussões negativas do desrespeito ao equilíbrio global, a saber:
- Aumento das catástrofes naturais, com impacto direto na renda dos povos que dependem diretamente da pesca, turismo e agricultura. Nesse último ponto sabemos que os custos com seguro, adaptação das culturas a temperaturas crescentes (questão da energia elétrica) e irrigação irão aumentar consideravelmente.
- Os mais pobres serão os mais afetados. Com a diminuição dos níveis de crescimento econômico, invariavelmente, o destino de capital para as nações periféricas irá diminuir, a não ser que o protocolo de Quioto seja reestruturado, no pós-vencimento em 2012, abrangendo todos os participantes do jugo industrial, cada qual com responsabilidades pautáveis e alcançáveis em períodos estipulados seriamente. Se a vida dos créditos do carbono estiver ligada incrustadamente à especulação financeira dos fundos de pensão / hedge, há pouca esperança de que a conjectura seja positiva no longo prazo.
Segundo o que se lê, o World Bank, dentro de suas metas centrais, considera que a solução para o problema do aquecimento está em medidas diretamente ligadas aos países em desenvolvimento, principalmente na questão do reflorestamento, mudança da planta energética, adaptação dos países pobres a catástrofes inerentes no que diz respeito ao clima mediantes seguros e indução ao desenvolvimento tecnológico, fruto que gerará redução do uso de combustíveis fósseis na produção e locomoção de pessoas. Os projetos que estão em voga se dirigem à questão do uso maciço de bioocombustíveis e do gás natural (e sua produção através dos resíduos sólidos dos depósitos subterrâneos, popularmente, "lixões"). A verba está atualmente em US$ 10 bilhões.
Se estás interessado em saber mais, consulte:
- http://www.imf.org/external/index.htm
- http://www.ambienteemfoco.com.br/?p=1657
- http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=21717&action=reportagem
- O relatório Stern na íntegra:http://www.hm-treasury.gov.uk/independent_reviews/stern_review_economics_climate_change/stern_review_report.cfm
O FUTURO DEPENDE DE VOCÊ!!!
Um comentário:
Postar um comentário